EXODUS AVEIRO FEST

QUANDO A FOTOGRAFIA NOS EMOCIONA.

Em Dezembro passado Aveiro foi o palco de um festival de imagem sob o patrocínio da National Geographic.

O evento está descrito no site oficial da organização nestes termos:

"O Exodus Aveiro Fest é um Festival Internacional de Fotografia e Vídeo de Viagem e Aventura com uma missão ambiciosa – abrir as portas do mundo... inspirar... abrir a alma à magia da descoberta... abrir o coração a novas culturas e novos ambientes... inspirar as pessoas a ir, a sonhar, a ser livres, livres de dúvidas, preconceitos, barreiras étnicas e culturais..."

Estive lá, confirmo que os objectivos foram alcançados e vou partilhar isso convosco.

Ao verbalizarmos um acontecimento que presenciámos, tentamos credibilizar o discurso começando pelos factos que observámos e só depois passamos às emoções que sentimos, porque, para quem nos ouve, os factos serão hipoteticamente verdadeiros mas as emoções arriscam configurar o ditado “quem conta um conto, acrescenta um ponto”.

Foi assim que aconteceu:

Facto: Estava muita gente.  Os 700 lugares do excelente Centro de Congressos de Aveiro esgotaram.

Facto: Os oradores confirmaram durante as apresentações serem todos profissionais muito experientes e de grande talento.

Facto: Todas as palestras cativaram a atenção dos espectadores, mais não fosse, pela qualidade das imagens.

Facto: Por várias vezes me vieram as lágrimas aos olhos pelos testemunhos de vida relatados durante a exibição dos portefólios.

Espera. Virem-me as lágrimas aos olhos já entra no capítulo das emoções e não dos factos.

Errado. Na minha teoria, se fosse só eu a comover-me seria uma emoção mas ver uma plateia de lágrima ao canto do olho é um facto.

Tudo começou com a homenagem à Personagem do Ano Exodus, o fotojornalista Reza Deghati.

 

 

A receptividade ao Reza começou logo em grande com a homenagem e foi crescendo à medida que ele ia legendando as suas fotografias. Até que exibe esta e conta a sua história:

 

 

Em Saravejo, o Reza Deghati perguntou à menina o que fazia ali e ela respondeu-lhe que estava a vender a sua boneca para poder comprar comida para a avó.

Estava dado o mote para os dois dias de palestras. Emoções à flor da pele, com o público a confraternizar de uma forma que eu só tinha presenciado em eventos desportivos.

 

Ami Vitale, embaixadora da Nikon e que eu acompanho há anos no site da marca. Finalmente ao vivo... e a cores

 

Mário Cruz, o único português entre os nove oradores, que apresentou o seu  muito premiado trabalho sobre a escravatura de crianças no Senegal

 

Konsta Punkka

 

Shams

 

Michael Clark

 

Pete McBride

 

GMB Akash

 

Oliver Astrologo

 

Elia Locardi

 

Chegados ao encerramento do festival a cena foi incrível. Bernardo Conde, o principal mentor da iniciativa, queria discursar mas a voz embargava-se, o público aplaudia, a voz embargava-se ainda mais e o público não parava de aplaudir.

Lágrimas nos olhos de muitos. Incrível.

 

Com a voz entrecortada, Bernardo lá conseguiu fazer a promessa: A 2ª edição está agendada para os dias 1 e 2 de Dezembro de 2018

 

A noite acabou no foyer do Centro de Congressos, informal, de copo na mão e a dançar, organizadores, familiares, amigos, oradores e espectadores em grande comunhão, como se o sucesso da festa tivesse de ser partilhado por todos. Pete McBride brilhou como dançarino. Mas a verdadeira estrela da noite foi um exausto Bernardo Conde – ninguém partiu sem lhe dar um último abraço de parabéns.

Espero que em Abril, a exemplo de 2017, os bilhetes sejam postos à venda.

 

 

Encontramo-nos lá.